Paola Rodrigues - Afinal lyrics

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Paola Rodrigues - Afinal lyrics

As ruas andam frias, de uma lucidez irrecuperável Há um rato vivendo como vivem os ratos Na rua. Mas ainda é dia sem sol Ao longe. Eu peço um café em uma rua de Belo Horizonte como fazem aqueles como eu esperam pelos seus encontros. Há uma lucidez irrecuperável nessa cidade E eu cheguei há 30 minutos, como fazem aqueles Como eu. Afinal. Ao longe, penso em dizer sim. Viver, afinal, na avenida pra não me perder nas esquinas Já disse que meu tempo, eu vivo num tempo rabiscado. Pago aluguel e me adianto. Me confundo com seus olhos de alguém que desconheço. Caminhas pela cidade, certa Ao longe. Vais pra longe da fumaça do meu café Meus olhos já te perderam, sem nos vermos conhecermos. Sem cheiro e sem suor. Clara anda a cidade. A vida anda tão lúcida. E cabe no lugar. Não cai, nem se culpa. O café queima, combina com o cigarro E meu suor da cidade lúcida. A cidade anda tão lúcida. Fria Fria que está, segue com outro café. Eu peço outro café, mas não nos confundimos. Lembranças escrevo, vinganças de medo. E onde há de estar meu amor meu costume tão dolorido Escrevo lembranças num espelho que lembra amor Lembra subir a cidade lutar viver Mas as ruas andam tão lúcidas A cidade anda fria e lúcida Irrecuperável. E é época de ter um livro. Sim, já é noite. A noite sangra feito um rato na rua. E mostra que as coisas continuam existindo. Na cidade cheia de morros. Lembra que nada disso vive em mim. Porque sonho, eu sonho E viver seria só reescrever as canções Nos bares e na minha cama. Não entendo dessa lucidez Penso em poder te ver. Sem terminar jamais. No terceiro café. Sei que não estás. Não me olhas, nem dizes meu nome. Você morreu. Eu penso no seu calor. Seu suor, seu café fraco feito meu peito. Penso em você. Nos amamos como a melhor ficção. Descobrimos a despedida. Me humilhei pela vida que sonhei. Me humilhei pra viver nossa paixão errada Me humilhei. Sentado na esquina. Fomos novos, amantes. Mas você não está. E eu me lamento de escrever em espelhos. Me humilho, por tanta vingança por ser patético. Porque você não existe em mim. Meu amor. Você morreu sem que eu entendesse Você morreu sem que eu entendesse de morrer. Você se foi feito um livro emprestado que se perde. Porque você não existe em mim. Porque você não existe em mim. Porque você não existe em mim. Porque você não existe em mim. Porque você não existe em mim. Meu amor. Sem você. Fria. Ao longe. De noite, em noite Noite por noite, por lágrima e ressaca. Até de manhã e a dor não vai. Por que amar não existe em mim E ainda te amo. Torto e errado. Meu amor. Há razões pra todos que escutam. Que vivem, afinal.