Desnorteado - Renegado lyrics

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Desnorteado - Renegado lyrics

[Verso 1] Renegado, censurado por seu senso raso De que palavra é falha de vilão decapitado Jogado ao silencio macabro do porão sangrento Úmido quarto isolado, as vezes violento As chamas queimando sabedoria ancestral História morta, ódio vivo, crime visceral Medo do verbo, guilhotina no pescoço fraco Direito garantido de permanecer calado Tintas e telas no mar, expressão naufragada Ciência humana sem pudor, pra sempre deletada O mundo vai esquecer seu nome no pa**ar do tempo Seu sonho vai virar poeira no rasgar do vento Soneto nunca ouvido, notas nunca aplaudidas A corda arrebentada estanca o sangue da ferida Calçada suja vira abrigo, folhas pelo chão Morre o artista, morre a arte, morre o coração [Verso 2] Renegado, porta fechada no meio da cara O sangue fervendo na veia contradiz a calma A cor da pele, o credo, a terra vira cadeado Se cala a voz, se vira as costas em ato impensado No seu palácio, o capital aplica o julgamento O tribunal sem piedade execra o pensamento Centrismo insano que expropria a diversidade Padronizando, afunilando a escolha, a vontade Câmera, luz, ação: por que todos iguais? Que traço pode definir quem são os anormais? Onde é que pa**a a linha do certo e do errado? Até que ponto é natural tudo o que é desejado? A esperança abre pa**agem pra mutilação Auto-flagelo, auto-tortura, auto-depreciação Frustração e conflito interno de rancor e lágrima Enterrada a alma coberta por rasgada página [Verso 3] Renegado, trancado a chaves no meu próprio quarto Gritos e berros ecoando no cômodo ao lado Incompreendido, repreendido, estrada pré-moldada Padrão de vida executiva, de terno e gravata Diplomas, doutorados, cédulas, carimbos, carros No templo insano o dia-a-dia, rico e cabisbaixo Não há espaço pro seu sonho tão alternativo Ganhar poder importa mais do que abrir sorriso Ninguém na vida, prostituto, vagabundo Destino certo pra quem pensa em vagar nesse mundo Na caixa de madeira repousa o velho arquivo Como em velório, sepultado, enterrado vivo As letras, linhas, da canção que foi a**a**inada Desenhos, cores, da paixão que foi despedaçada Numa lixeira, esmagada, na noite de agosto A chuva disfarçando o choro que desce no rosto