André Rodrigues (baixista) - ...e Você? lyrics

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André Rodrigues (baixista) - ...e Você? lyrics

Tem cabeça e coração Tem sentido e tem razão Tem respeito e tem valor No trabalho brasileiro No trabalho verdadeiro, Gabriel o Pensador! Brasileiro é o que eu sou Rapper brasileiro Mas eu sou brasileiro antes de ser rapper Ou pagodeiro ou os dois ou nenhum Posso a**imilar a cultura do mundo inteiro Mas sei que nasci no Rio de Janeiro - Brasil Então não seja imbecil de pensar Que eu não poderia cantar a**im ou a**ado Porque eu vou me expressar Na forma e na hora que eu escolher Aqui ou em qualquer lugar Valorizando sempre as nossas raízes Costumes, cultura musical em geral Então escuta o que eu digo pro americanizado débil mental (Você é um burro e não vê a excelente cultura E os costumes do seu próprio país E abre as pernas pro que os outros lhe impõe Sem camisinha ou vaselina como o Tio Sam sempre quis) Mas também não adianta o xenofobismo radical Eu vou jogar fora no lixo o que é ruim e usar o que é bom da cultura mundial Vou ler, a**istir, escutar e cantar E nem por isso deixando de lado A produção cultural aqui do meu lugar E no fundo, no fundo, todos os homens vieram da África Principalmente alguns povos Como, por exemplo, o nascido e formado aqui nessa pátria E não se esqueça que cada cultura se forma de uma certa forma E cada sociedade cultiva suas normas Mas junto nós todos formamos a humanidade Que engloba todos os seres humanos Que podem se destacar dos outros animais Pela sua capacidade de pensar Capacidade que muitas vezes não é utilizada E sendo a**im não serve pra nada Mas eu penso, penso, logo existo Existo, logo penso E tento utilizar essa capacidade de raciocinar a todo momento Posso pensar na forma de rap, livro, pintura ou baião Posso pensar certo, mas também tenho o direito de errar, vacilão Mas eu tento enxergar tudo E se eu não enxerga**e, amigo, eu usava óculos Sou mais um inconformado Sem partido feito a Denise Stoklos E eu falo pra todos aqueles que querem me ouvir E vão concordar ou discordar Talvez vão acordar Talvez me seguir Ou talvez me vaiar (mas eu vou defecar) E eu falo pro meu conterrâneo Mas posso falar pro estrangeiro Eu sou apenas um rapaz latino-americano Então, em primeiro lugar O que eu falo é pros brasileiros Inclusive pras "Lôrabúrras", playboys Pros militares e pros crentes Pra todos os filhos da puta carentes Que sofrem com a dominação cultural Seja com a doutrinação social, militar Religiosa ou de origem internacional Humanamente também tô do lado desses coitados Que tão no caminho errado E por isso merecem E precisam ser esculachados O brasileiro precisa fazer uma lavagem cerebral Aproveitando o que vem lá de fora Mas sem esquecer o nosso valor nacional Cultural, natural e da nossa história É triste me olhar no espelho E saber que pertenço a um povo sem memória E por culpa da gente é que nada muda no país A miséria é permanente desde que os primeiros portugueses chegaram aqui As deficiências dessa sociedade tão aqui desde cedo: Fome, corrupção, desigualdade, povo covarde, desemprego Antigamente o sistema escravista Não dava espaço ao trabalho livre Hoje os problemas são outros O espaço ainda é pouco e a superpopulação que o diga E mesmo hoje em dia é bom que se lembre Os que trabalham não são homens livres E continuam escravizados como sempre Escravos, é isso o que somos Escravos da própria falta de atitude Alguns se iludem ficam esperando que alguma coisa mude Os mais afetados esquecem onde tão E aplaudem tudo o que for importado Espero que tenha ficado bem claro de que lado eu tô Apesar de ser um terráqueo Gabriel, o Pensador nunca vai se esquecer Desse pedaço do planeta de onde ele saiu Esse pedaço bonito, cansado, sofrido e explorado chamado Brasil Então se você só dá atenção para o que vem de fora Não me dê atenção Me jogue fora (Tchau! Vou embora) (Vai!) (Não! Fica aí) Eu fico, pra alegria e satisfação parcial da nação Trazendo uma nova linguagem Uma nova forma de comunicação Que muitos brasileiros ainda não conheciam: o hip hop Que não tinha Ibope porque muitos não entendiam Mas hoje em dia ele é universal e até no Japão ele é a**imilado E pra quem achava uma droga Depois dessa dose cuidado pra não se tornar viciado Porque eu aplico hip hop na veia Na mente, na frente, nas costas, no peito E não me esqueço que sou brasileiro Então eu fabrico hip hop do meu jeito Do nosso jeito Desse jeito que você nunca conheceu Com brasileiros tocando instrumentos Ou mais Be Sample que a Fernanda Abreu (Rio 40°!) É somente a capital cultural do território nacional Que é o purgatório da beleza e do caos No verão ou no inverno Purgatório que pra muitos é bem pior que o inferno E ao mesmo tempo é o céu pra outros poucos sortudos Brasileiros surdo-mudos que apesar de tudo está sorrindo Para eles continuam negando E cuspindo naqueles que tão pedindo e sentindo "O gosto amargo desse nosso egoísmo Que destrói os nossos corações Será só imaginação?" Não, não, acho que não E se você não quer realidade Então vai ver televisão Mas eu tô na vida real E não quero fugir dessa realidade E eu acho que até pa**ava mal Se me olha**e no espelho E enxerga**e um covarde Então eu vou continuar O idealismo que parece arte E se precisar mudo até de nome feito o Chico Buarque E "apesar de você" não se mexer Não sei porquê sua anta Me escuta De que adianta ser filho da Santa? Melhor seria ser filho da luta Seria bom se tudo fosse um sonho E quando eu acorda**e estivesse tudo lindo e pronto Mas isso nós não merecemos Porque só vivemos dormindo no ponto Então eu tento ficar acordado Até na cama quando eu tô dormindo E também não sou de nenhuma tribo urbana Porque eu não sou totalmente índio Eu tenho um pouco de índio no sangue Mas não no sangue inteiro Eu tenho um pouco de tudo no sangue Porque eu sou brasileiro Mas o que eu definitivamente não tenho no sangue É vergonha de ser o que eu sou E não sei porque os brasileiros não têm auto-estima E não se dão valor Mas eu me valorizo Minha cabeça Minhas ideias Meus amigos Minha liberdade de pensamento Minha terra O chão onde eu piso Meu estilo Minha cultura Os costumes e o povo de onde eu vivo Entre tantas outras coisas que eu valorizo E que depois você vai entender E você amigo? Valoriza o quê?