[Verso 1 - Maze] Está muito escuro aqui deixem-me abrir a persiana Estive a trabalhar no duro, afiar a minha lâmina Faminto pelo futuro, venho quebrar cadeados Lanço no éter vocábulos incendiados Sociedades sôfregas, insanos quotidianos Todos nós somos nómadas contemporâneos Ritmos citadinos criam feitios vulcânicos Frágil, estala o cristal os nossos crânios Expande mais 10%, cérebros magnânimos Há tanto potencial nestes entes orgânicos Vastos subterrâneos que desconhecemos Aqui por baixo da superfície que raspamos Educação via liberdade criativa Contamina, alastra uma atitude positiva Infestação como pixação em São Paulo Elevação, fuga do Labirinto de Fauno [Refrão x2 - Macaia] Vamos avançar E construir O amanhã [Verso 2 - Maze] Ei Acorda já, presente, aqui e agora Adora o universo, agradece fauna e flora Não sejas mais uma ovelha que se rende A esta ditadura que nos prende, sente! Cito Agostinho da Silva e os seus ensaios Que a morte nos colha vivos, não suicidados Voemos como cavalos alados, sem medos Sem desculpas, teremos que enfrentá-los Urbes são morgues de população escravizada
Ciborgues da civilização mecanizada Desumanização, intoxicação ácida Torpes com insensibilidade máxima Tríclopes tropeçam nas armadilhas do ego Sem campo de visão, terceiro olho cego Nós não somos números em páginas de excel Mas corações pulsantes nesta torre de Babel [Refrão x2 - Macaia] Vamos avançar E construir O amanhã [Verso 3 - Maze] Transpiro fé pelos poros, renasço Ouroboros Mil homens marcham, ouvem-se ao longe os coros Mais acção e menos conversação Estamos descontentes com nossa situação Os oligarcas dão as cartas, criam falsos ídolos Apóstolos Iludidos procuram ouro dos tolos Patrulham, garimpam, peneiram as nossas migalhas Esses pulhas, que esgravatam com as unhas Feridas abertas pelas guerras da sobrevivência Marionetas, somos penhorados à nascença Chega de infernos dantescos, pinturas de Bosch Que não demore, que a consciência desabroche Não somos manchas num teste de Rorschach Vamos pela estrada fora como o Kerouac É hora de reivindicar o espaço e o tempo E que cada elemento nos traga conhecimento [Refrão x2 - Macaia] Vamos avançar E construir O amanhã