Trago a elegância de quem carrega um dor
Junto à petulância de quem dispensa o senhor
Me dá licença tenho mais o que fazer
Procure um parecido que aceite seu proceder
Prefiro cantarolar no meu mundo paralelo
Aonde o vento é brisa e o trato bem mais singelo
Amarelo seu sorriso, com a franqueza da resposta
Maldito sim senhor, melhor rever sua proposta
O diabo disfarçado reina em nome da fé
Com parábolas modernas confundindo São Thomés
Aceita que dói menos, agora o momento é mágico
A poesia é linda, prevendo um futuro trágico
Tô nem aí com o seu problema
Sua verdade é burra, bendito seja o dilema
A minha estética pode ser definida
Como a estética da dúvida, eu só pergunto
Pois as respostam paralisam, Paralise!
É a pedra no espírito, o cacto no sapato
O dedo no nariz do juiz, depois da interrogação
Farejo, o ar é o pai do transitor, traz mais questões
E nenhuma resposta, a questão é filha da duvida
A dúvida mãe do espanto encanto, este irmão da
Inteligência a mãe do mundo
Nos filhos da bomba e das várias respostas
Empacotados e vendidas em qualquer esquina, temos
A respiração suspensa, não faremos
Usamos mascaras contra gás, capacetes protetores
Falamos através da televisão
Usamos telescópio para falar com vizinho e microscópio para o fundamental
Não tem estética nem ética nem filosofia
Tenho duvida e vontade de olhar
Farejo falo, ação reação, agir é não pensar é ser espaço
Entre fera e presa