Aprende a ler corações Que há muito mais a fazer do que fazer revoluções Não dês língua aos teus canhões Nem ecos às pistolas Nem vozes às espingardas São coisas fora de moda Põe-te a fazer a bomba Que seja uma bomba tamanha Que tenha dez raios da terra Tou farto da pressão Das regras, das normas, da hipocrisia Das farsas, dos dogmas Da falsa revolução, e da política Dos egos inflatuados, de gente cínica Da teoria da conspiração e da mentira Da falta de união, do ódio e da apatia Dos velhos do restelo, da presunção Da injustiça, a quimera da ilusão Procuro no espaço, fecho-me na redoma Adeus, até ao meu regresso, é como coma Auto-induzido, viagem ao estado lírico Apenas acredito no conhecimento empírico Em dealema, transpiro a liberdade de espírito Exprimo a minha alma, ver tudo num man*scrito Este mundo é um hospício, meu verídico, ilusionístico E paz interior, para cumprir o meu designo For ma' lifetime just between the papersline We work the whole life for this, you gave a sh**, beat it A liberdade de uma vida, palavra após palavra Crucifixo a minha salvação, na dura espera à escrita Na era do fatalismo, ofereço-te um fascículo Estilo bélico, não sou mestre, sou discípulo Pentágono, eu sinto, é um ciclo, eu ensino Água fércule da poética, para que saibas o caminho O mundo é destruído em direção ao abismo O abismo é desenhado com verdade no espírito Eu tenho que sofrer para me compreender Nós temos que lutar para sobreviver Eu vejo do saber, a arte de surpreender Não tenho como morrer, para dar valor ao viver Escritores numa missão dilemática Venera pela poesia eterna, como lápides de dealema
Pedras do caminho construímos um castelo Palavras de pessoas para pessoas sem medo For ma' lifetime just between the papersline We work the whole life for this, you gave a sh**, beat it Eu escrevo pela liberdade Não tenho medo de mostrar o que sou, quem sou Tenho autenticidade, eu acredito na liberdade Tento criar um sítio mais propício à felicidade Na minha rima, tudo o que tenho são castelos de areia Tudo o que escrevo são palavras vazias Tento escrever o sentimento impossível De verbalizar emeras linhas frias A veia do poeta veio de família Ensinado pela minha avó, poesia E a minha mãe, a minha escritora favorita Sem métrica definida, tento-me safar na rima Como a vida Trago os ciúmes de energia eléctrica Minha voz, por si liberta A tua mente das correntes sociais que te prendem Às coisas banais que te vendem São livros de contos, que vão mais além Versos que guardo, camões, pessoa e saramago Energia que trago, concentrado de feio a sol-nado Autor proclamado como rosa lobato faria Gil vicente a escrever um novo auto Alvaro cunhal neste meio musical No cimo gago Coutinho e sacadura Cabral Dinís no meu pinhal, tu punhal em Inês de Castro Usado no a**a**inato do chefe viriato Sou vasco da gama destemido no dobrar do cabo A indústria Salazar, nós o golpe de estado de 74 Sou Carlos paredes neste fado São aquelas às quais não me tenho confessado Trabalhado ao ritmo de Manuel de Oliveira Ouvia Paulo ainda era menino à volta da fogueira Simone de Oliveira, paião e paco bandeira Trago plantas como Tomás Taveira e Siza Vieira! We work the whole life for this